quarta-feira, 27 de junho de 2018

Resumo crítico do livro Quase Tudo - Danuza Leão

A autobiografia começa mesmo sem pretensão, absorvendo minha atenta leitura e  sensibilidade a tal ponto que o caso de amor se instala desde o princípio, entre eu e o livro, sendo impossível para mim, leitora voraz e simples crítica, abandonar a obra sem aplacar minha curiosidade e imaginação desejosas de serem amplamente satisfeitas, incluindo relatos e detalhes, memórias, histórias recheadas de fatos inusitados, ricos e interessantes e todos esses elementos chegam juntos, trazendo esclarecimentos, informação, diversão e um mergulho profundo na alma de quem ainda se encanta com a efervescência da vida.
Danuza foi muito, foi quase tudo, Danuza é a tradução de um mundo cheio de cores, sons, gestos, luzes, amores, amizades, viagens, lugares, pessoas importantes dependendo dos conceitos e valores gerais, individuais ou sociais, mas todas indiscutivelmente importantes como seres que mereciam e merecem atenção, simpatia e empatia de uma pessoa livre e capaz de exercer e lutar por essa sua liberdade de sentimentos e escolhas.
Danuza conta algo de sua infância, descreve características dos familiares, passeia de leve pela adolescência que quase não teve, porque o trabalho a encontrou muito cedo e como houve trabalho! Com que alegria Danuza Leão encontrou em cada trabalho que surgiu ou lhe foi oferecido, sempre uma oportunidade de exercer sua competência, demonstrada após o aprendizado. Pessoa ousada, Danuza encarava mesmo que com insegurança, o desconhecido, tirando um imenso prazer disso. Jamais recusava trabalho, era forte e independente mesmo que em algumas fases, quando casada, se transformasse em gueixa, mas uma gueixa assumida, submissa em algumas questões mas enquanto queria, apenas pelo tempo que sua intensa liberdade de espírito lhe permitia. Teve três companheiros, três esposos admiráveis como pessoas e amigos ( com ressalvas ao egoísmo excessivo do segundo, Antonio Maria), filhos adoráveis, netos, bisnetos e concordo plenamente com a autora quando diz que em sua cabeça, jamais saiu dos trinta e cinco anos, eu também nunca saí dessa idade e ai de quem tente me tirar.
Danuza teve perdas sérias pelas circunstâncias, mas toda perda é séria e não há explicação plausível para a dor e o sofrimento.
Li outros livros da mesma autora e de todos gostei, mas esse me encantou pelo excesso de generosidade com que expõe seus momentos, conflitos, alegrias, descobertas e um tanto de vaidade, porque pessoa sem vaidade é muito chata, vamos combinar.
Danuza bem nova aprendeu a costurar e assim foi costurando ao longo da vida seus tecidos de cetim, seda ou algodão, vivendo intensamente num turbilhão de emoções, e continua  tecendo  ao longo dos capítulos, seus pontos claros, densos ou a ponderar. Ela foi manequim, jurada de programa de televisão, dona de butique e sócia de restaurante, foi amante, conselheira, relações públicas, cronista social, gente feliz, sempre ousada, amiga, recepcionista de pessoas Vip, foi repórter, colunista, escritora, viajante incansável.
Danuza é, e sendo, oferece muito do seu conhecimento e sua experiência acumulada nas inúmeras voltas que a vida dá, deixando no esquecimento do passado, sabiamente, as bagagens desnecessárias. Danuza me traduz na ânsia das novas descobertas, na paz de sua bendita solidão e na sensibilidade que a faz enxergar o mundo e as pessoas como são, sem pausas para julgamentos, mas sempre com entrelinhas dignas de elogios, porque todas as pessoas de seu convívio (quase todas) evidenciam alguma característica à ser admirada.
O carinho em relação a irmã (Nara Leão), aos pais, o amor aos três filhos que teve com Samuel Wainer e ao próprio Samuel, homem amante da sua profissão de repórter e dono de jornal, carismático como poucos, inteligente, prestígio notável, grande participante dos rumos da nação na época, tudo isso constitui um forte motivo para que não se consiga terminar o livro sem um toque de nostalgia.
Posso dizer sem sombra de dúvida:
- Ah, Danuza, quando eu crescer quero lhe conhecer, quero ser igual à você e também lhe parabenizar por sua maneira tão peculiar de sentir a vida. Ih, mas já cresci...E agora? Só me resta guardar na memória muito dessa sua história, divulgar e recomendar a leitura.
O livro Quase Tudo não é quase, é  todo, é muito, é tudo!

Por: Dalia Hewia

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Armações do Amor




Importante para compreender um filme é captar os sentimentos implícitos no roteiro e o toque da direção.
Na comédia "Armações do Amor"
o espectador além de se divertir com cenas leves e engraçadas,pode perceber que na realidade de todos nem tudo está sob controle, principalmente porque o amor,quando acontece, é sempre uma surpresa e passa a ditar todas as regras.Tripp (Matthew McConaughey) é um solteirão convicto.Ele tem mais de 30 anos,mora numa casa confortável com seus pais,tem um bom emprego e algumas recordações dolorosas de um amor do passado.Os pais de Tripp, apesar de todo amor e apego ao filho,sonham com o dia em que ele finalmente irá cortar o cordão umbilical e ser capaz de assumir sua própria vida,suas escolhas e seu destino.A mãe de Tripp cuida de suas roupas com carinho e perfeição,prepara seus lanches e tira do filho o peso de qualquer responsabilidade.Porém,ela sonha com o dia em que junto com o marido, poderá desfrutar integralmente de sua casa e de seu tempo.O casal elabora um plano e contrata uma profissional especializada(consultora) com o intuito de tirar Tripp de casa.Paula (Sarah Jessica Parker) é a contratada,uma mulher bonita, inteligente,divertida e dona de um profundo conhecimento da psicologia que envolve homens emocionalmente dependentes.Ela possui tanta convicção de sua capacidade, que inclusive estipula um prazo para a independência de Tripp.Aplicando técnicas que sempre dominou tão bem,ela vai conquistando o solteirão, fazendo ele passar pelas etapas de protetor,amigo,companheiro de aventuras,romântico,professor,etc.Porém, Tripp não é um caso clássico,porque não é um cliente com problemas de auto-estima ou de desequilíbrio, muito pelo contrário,ele é um tipo muito interessante e bem resolvido.O amor acontece e os planos perdem importância.Já desconfiado de tamanha perfeição em forma de mulher,Tripp fica sabendo de toda a verdade através de um amigo fiel (solteirão convicto como ele).No início ele se revolta e desmascara todos(inclusive Paula) num jantar em família.O que ele desconhecia é que Paula tinha se deixado levar pelo sentimento e para ela Tripp tinha se transformado de cliente em objeto de paixão, amor e desejo.Ele tenta se afastar.Sai finalmente de casa, isola-se dos amigos,deixa de praticar aventuras radicais,tenta sufocar o que sente.Ela planeja ir para outra cidade,porque sabe que falhou.Os pais do solteirão,querendo a verdadeira felicidade para o filho,se unem então com os amigos do casal "Tripp e Paula", num plano radical.Conseguem trancar os dois pombinhos(inclusive amarram e amordaçam Tripp) para que eles conversem e se entendam, o que dá muito certo, garantindo um final feliz e esperado para o filme.O Cupido ataca inclusive a amiga de Paula,uma morena ligeiramente agressiva,que consegue manter um namoro com um dos amigos de Tripp, um namoro quente com direito a tapas e beijos.O longa é cheio de cenas engraçadas,sempre com destaque para a problemática e amorosa relação de Tripp com alguns animais.Ambientado no México e com belíssimas paisagens(mar e montanhas),o filme demonstra com toda clareza que o amor,quando acontece,derruba todos os planos,porque Ele é o plano maior que tudo justifica!


Título Original: Failure to Launch
Origem: EUA,2006
Duração: 97 minutos
Gênero: Comédia Romântica Direção: Tom Dey
Figurino: Ellen Mirojnick
Roteiro: Tom J.Astle e Matt Ember Fotografia: Claudio Miranda
Elenco: Matthew Conaughey,Sarah Jessica Parker,Adam Alexi-Malle,Justin Bartha,Kathy Bates,Terry Bradshaw,Zooey Deschanel,Tyrell Jackson Williams,Katheryn Winnick


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O CASAMENTO DE RAQUEL

            

.O Casamento de Rachel.


 Todos se preparam para um grande evento com muita alegria e disposição. Um casamento vai acontecer,o enlace de Rachel (Rosemarie DeWitt), uma grande festa, onde estarão presentes muitos convidados das famílias dos noivos.Em meio a essa grande agitação, uma pessoa vai chegar trazendo em sua bagagem muitos conflitos e mexendo com o emocional de quase todos, inclusive do espectador. Essa pessoa é Kym (Anne Hathaway),irmã mais nova de Rachel,que após um longo período internada numa clínica de reabilitação, consegue uma licença de final de semana para rever parentes e amigos.Ela chega com disposição e confiança, acha que o fato de estar há algum tempo livre de substâncias tóxicas é um cartão de visitas poderoso que a livrará de todo o peso do passado.Apenas um engano, porque quase todos na casa da família Buchmam a tratam sem carinho ou gentileza.Com a volta de Kym, as lembranças de um passado tenso se fazem presentes e o receio de novos problemas instala-se com firmeza, porque reabre velhas chagas de sofrimento.A disposição de Kym muda e ela passa a se sentir uma "estranha no ninho".Com uma interpretação digna de admiração e aplausos,Anne Hathaway dá ao personagem um tom exato, que oscila entre insegurança, deboche, ironia e uma imensa vontade de ser aceita e amada.Com tiradas sarcásticas e atitudes polêmicas ela vai transformar informalidade em tensão, uma situação de sonho em um palco de conflitos emocionais. Sua família ainda demonstra muito medo em relação a qualquer comportamento da filha e isso desestabiliza Kym, que precisa de todo apoio nesse momento difícil e que só o encontra em Kieran (Mather Zickel), padrinho do noivo e ex-viciado em drogas como ela.A irmã Rachel e a mãe Abby ( Debra Winger) a rejeitam claramente e isso torna as coisas muito difíceis.No filme "O Casamento de Rachel" a direção de Jonathan Demme é cuidadosa, elegante e sagaz.A câmera não pára e capta com maestria um constante nervosismo presente em todos os personagens , traduzindo os sentimentos precisos de cada instante.A trilha sonora chega através do ensaio musical para o casamento.Deve-se ressaltar porém que nem tudo é tristeza no lar dos Buchmam, que o longa também possui cenas incrivelmente engraçadas e que o inusitado surge quando apresentam-se soluções aparentemente simples para antigos temas.Para a família retratada no filme nem tudo está perdido,porque os que fazem parte da mesma ainda se mostram capazes de superar seus problemas e traumas para gerar um resultado melhor, um bem para todos que acreditam nos laços indissolúveis do amor!

Por Dalia Hewia

Duração: 113 minutos
Elenco: Anne Hathaway, Rosemarie DeWitt, Mather Zickel,Bill Irwin,Anna Deavere Smith, Anisa George,Tunde Adebimpe,Debra Winger,Jerome LePage,Beau Sia,Dorian Missick,Kyrah Julian,etc.
Roteiro:Jenny Lumet





terça-feira, 20 de outubro de 2015

THE AGE OF ADALINE (A INCRÍVEL HISTÓRIA DE ADALINE)

Não sei vocês, mas antes de assistir qualquer filme, eu leio sinopses e comentários. Se apesar do meu conhecimento prévio da história eu acho que vou conseguir me surpreender, assisto ao filme. Foi o que aconteceu com A Incrível História de Adaline, além de um fator muito importante, a personagem para no tempo exatamente na idade em que eu sonhei parar, um dia, reflexionando sobre isso, caso eu tivesse escolha. O filme mistura romance, muito romance, drama, ficção e, o que ao meu ver é o mais importante, a força do destino, que promove reencontros e novos encontros com pessoas que criam um laço afetivo ao longo do tempo.
A discussão sobre a passagem do tempo, sobre as diversas possibilidades de se parar ou se avançar no mesmo, a real existência ou o conhecimento de que o tempo é apenas ilusão, são reflexões pós filme, um ingrediente a mais para o fascínio que o longa exerce no espectador após o início da história. Com direção de  Lee Toland Krieger o filme conta a história de Adaline Bowman (Blake Lively) uma mulher que viverá sempre a frente de seu tempo. A princípio uma pessoa normal, vivendo na década de 20, casada, com uma filha e encarnando o protótipo de uma mulher feliz, ela sofre um acidente, quando um raio atinge seu carro e ela fica então por muitas décadas, com a idade de 29 anos. O que é uma benção também é ao mesmo tempo, uma maldição. Adaline viverá em solidão, destinada a ver todas as pessoas de seu convívio irem morrendo ao mesmo tempo em que precisa se separar da filha, porque todos começam a desconfiar de algo, já que a filha envelhece e ela não. De dez em dez anos ela também precisa mudar de identidade e do lugar onde vive, para que não surjam problemas ou dúvidas. Assim ela vai passando pela vida, ciente de seu drama em cada dia, em cada minuto, mas conformada com o destino e gozando um pouco dos prazeres que a total liberdade lhe oferece. Adaline sabe que não deve criar laços amorosos com ninguém, para que seu segredo não seja revelado e para que ela não sofra quando o tempo inexorável envelhecer e levar embora as pessoas com as quais se envolver. 
O figurino é lindo, estilo vintage e a personagem principal o usa sempre, mesmo depois de décadas. A fotografia é impecável, muito bonita.
Um ponto muito delicado do filme e que teve um resultado final compensador foi a relação de Adaline e sua filha, evidenciando que o respeito e o amor podem permanecer para sempre quando existem laços profundos. Em uma certa época sua filha parece sua avó, no entanto existe a mesma admiração entre as duas e a relação delas jamais é comprometida. Harrison Ford participa e continua com seu inegável charme.
Pontos falhos no filme a meu ver: a  falta de explicação plausível das causas do fenômeno que atinge Adaline a nível científico e a cena em que ela é sequestrada por agentes do FBI para que sejam feitas experiências com ela, mas consegue fugir tranquilamente, fato impensável e não crível quando estamos lidando com pessoas treinadas e competentes nesse tipo de ação.
No decorrer do filme, Adaline finalmente resolve dar uma chance ao amor e se envolve com o jovem filantropo, Ellis Jones (Michiel Huisman) porque ele consegue mexer profundamente com seus sentimentos. Quando vai conhecer os pais dele ela tem uma surpresa e o destino prega mais uma peça, porque Adaline teve um sério romance com o pai de Ellis que a reconhece, e ela, depois de tentar mentir e negar,  concorda em revelar seu já evidente segredo para ele e também a razao pela qual o abandonou. Ele compreende seu drama e livre do peso de muito sofrimento do passado, pede então que ela seja feliz com seu filho. Ela sofre outro grave acidente e novamente um instante no tempo será responsável por uma reviravolta em sua vida, a mesma vida para a qual ela milagrosamente(?) volta, só que desta vez, já vulnerável e capaz de envelhecer normalmente, com o passar do tempo.
O filme é simples e leva a um esperado e tranquilo final, mas misturando  fantasia com realidade, tem a fórmula ideal para quem se deixa embarcar nessa viagem e um filme além da arte é isso, uma parcial projeção da nossa incrível imaginação.


Por: Dalia Hewia

Ficha Técnica:


Produtor: Sidney Kimmel, Jim Tauber
Diretor: Lee Toland Krieger
Roteiro: J. Mills Goodloe
Narrador: Hugo Ross
Gênero: Drama, Romance
Duração: 112 minutos
Ano de produção: 2015
Elenco: Blake Lively, Amanda Crew, Harrison Ford, Anjali Jay, Anthony Ingruber, Ellen Burstyn, Fulvio Cecere, Hiro Kanagawa, Lynda Boyd,Kathy Baker, Michiel Huisman, Richard Harmon, Peter J. Gray.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

DE BASS A IMAGINARY - TIPOGRAFIA EM CRÉDITOS DE FILMES

Tipografia:

Nosso alfabeto possui caracteres que diferem na aparência variando de acordo com os instrumentos utilizados e o suporte no qual as letras são aplicadas. Exemplificando, os romanos esculpiam as letras em pedras e os escribas (Idade Média) escreviam em pergaminho com uma espécie de pincel, dando origem às letras seriadas e as black letters.
 A tipografia relaciona-se à fonética das palavras por meio dos caracteres ortográficos, cada letras representa um som. Porém, visualmente, os tipos de letras têm uma "personalidade" e a mesma tipografia pode ter significados bem diferentes.
 O futurismo e o construtivismo (movimentos de vanguarda do começo do século XX) exploraram bastante esta característica representativa das tipografias, através não só do tamanho das letras como pela direção da linha de texto (vertical, inclinada ou curva).
 O Funcionalismo Suiíço ou Estilo Internacional teve origem nas ideias tipográficas surgidas na Escola Alemã Bauhaus e defendia "uma tipografia universalmente neutra, compreensível e funcional" (Farias, 1998). Wolfgang Weingart rejeitava o ângulo reto como princípio organizacional e desfigurava a tipografia até que ficasse difícil de ler.
 Já na década de 70, surgiram movimentos de cunho político e social, entre eles o psicodelismo e o punk. O piscicodelismo era contra os valores vigentes nos anos 60, suas influências principais eram o rock, os quadrinhos e a libertação sexual. Graficamente buscava características do Art Noveau. Um de seus principais representantes foi Victor Mocoso, cujos trabalhos baseavam-se nos quadrinhos e cartazes de circo. Ele invertia as regras clássicas, usando textos ilegíveis, cores berrantes, alterando os serifas e o peso das letras.
 O movimento punk era contras as ideias do psicodelismo. Os dois movimentos eram underground (contra a cultura do sistema) e buscavam inspiração na música e nos quadrinhos. Esteticamente, o punk era agressivo e sujo. Uma das maiores influências visuais do punk foram os fanzines, publicações alternativas de pequenas tiragens, onde textos já impressos eram muitas vezes reaproveitados.
 A tipografia denominada "pós-moderna" teve seus principais elementos reunidos e culminados em prol do seu surgimento nas décadas de 80 e 90. Esse tipo de tipografia teve suas influências no embate do experimentalismo das décadas precedentes, somado aos avanços tecnológicos do design gráfico.
 Nos dias de hoje, a representação tipográfica não se prende a significados e formas, é uma estética completamente diferente, carregada de ambiguidade e indefinição.
 Créditos de filmes são a ficha técnica do filmes, que detalha todos os envolvidos na produção. O crédito de um filme pode possuir três elementos básicos: Música, imagens e tipografia. Alguns autores aproveitam os créditos para, além de passar a informação sobre os envolvidos, realizarem "pequenos filmes" que possuem a intenção de preparar a audiência para o que está por vir.


Por: Dalia Hewia

AVANT DE TERMINER LA JOURNÉE

Avant de Terminer la Journée n'est pas un film, est un spectacle. Avec de nombreuses scènes ensemble à Londres, nous pouvons vous plaisir avec des performances exquise, avec des scènes qui peuvent vibrer au cœur de la sensibilité, qui comprennent les dialogues qui nous amènent à réfléchir sur le sens véritable de l'amour. Le film retient votre attention, du début à la fin, mettant en évidence l'importance de vivre intensément ce moment, alternant drame, de suspense et de comédie dans le plus pur style romantique.
L'histoire va avec Samantha (Jennifer Love Hewitt) et Ian (Paul Nicholls), palefreniers qui s'aiment, comme beaucoup, mais pas avec les mêmes intensidade.Samantha est donc impulsive et spontanée, comme Ian est extrêmement déconnectés, égocentrique et préoccupé par sa carrière . Il sait qu'elle est toujours là à sa disposition, en mesure d'offrir un amour inconditionnel, le genre de sentiment qu'il ne connais pas.Tout change quand Ian se rend compte qu'un mauvais rêve n'est pas seulement un cauchemar et il aura une seconde chance de changer la séquence des événements.Il a une réunion avec sa conscience (que en le film peut aussi être interprétée comme la mort) et cela vous indique la voie de la sagesse.Ce pressentiment,d'avertissement ou en temps réel vous donne la certitude que Samantha mai perdent la vie.Avant que la journée se termine Ian a besoin de prouver à sa fiancée qui l'aime et essayer d'inverser ce processus mystérieux des événements. Vérifier efforts sont vains, nous ne pouvons le faire Ian Samantha heureux deviner ses désirs et ses envies tout cela au nom de l'amour qui reconnaît désormais sentir.Antes qu'il ne soit trop tard, il a désespérément besoin de prouver qu'il l'aime.
Une feuille de route passionnante, délicate, avec une façon minutieuse qui ne laisse rien à désirer et la bande son magnifique... je recommande avec enthousiasme, car ce film mérite de figurer en bonne place dans toute liste de cinéphiles en service.
Genre: Drame
Source: US / UK
Durée: 92 minutes
Scénariste: Christine Gallois
Réalisateur: Gil Junger
Acteurs: Jennifer Love Hewitt, Paul Nicholls, Tom Wilkinson, Diana Hardcastle, Lucy Davenport

By: Dalia Hewia

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

QUESTÃO DE TEMPO

Poderia ser uma história comum, mais uma comédia romántica que fala de viagens no tempo, de tentativas em prol de consertar situações imperfeitas do passado, enredos já conhecidos de outros longas. Poderia ser só mais um filme sobre causas e consequências de nossos atos, com uma boa direção e trilha sonora perfeita, mas não é, é mais, bem mais, porque combina drama e comédia em cenas que induzem a autorreflexão sobre a maximização de nossos tão insignificantes problemas perto da grandiosidade de um carater e do amor. A direção de Richard Curtis, roteirista de Quatro Casamentos e Um Funeral, O Diário de Brigite Jones e Um Lugar Chamado Notting Hill é perfeita e cada personagem atua com domínio e ao mesmo tempo leveza, prendendo a atenção do espectador até o fim, apesar da longa duração do filme. Filme despretensioso mas grande no sentido de elevar nossa mente e impulsionar o desejo de fazer algo de bom por alguém, pela sociedade, pelo mundo.

Pontos do filme que a meu ver merecem pausa e reflexão:

* O filme tem cenas familiares tocantes, momentos simples mas de extrema beleza, onde cada membro da familia tem sua personalidade, mas todos contribuem para momentos felizes e para o bem comum, a união é enfatizada como agregadora de valores transmitidos. No mundo atual, smartphones sempre de última geração são a familia da maioria, numa total relação de dependência doentia, aumentando conflitos internos, gerando ausência ou inversão de valores importantes, inseguranças e a incapacidade de comunicação real, aumentando o egoísmo.

* Se pudéssemos voltar ao passado e modificar alguma situação, isso seria relevante para o futuro, sem dúvida, mas se temos essa consciência, por que não ponderamos mais e agimos com mais cuidado no presente, já que em breve ele também será futuro?

* A relação pai/filho tão evidenciada no filme se por um lado retrata ótimos momentos vividos a partir do conhecimento de uma doença fatal e da proximidade da morte, também nos mostra que até o apego tem limites e pode se tornar prejudicial quando em excesso, afetando a vida não só dos envolvidos, como também de outras pessoas do círculo familiar ou mesma esfera social. Então, treinar e praticar o desapego é sempre necessário.

* A fortaleza de uma mulher muitas vezes não reside apenas em sua personalidade, ela é aumentada e alimentada por um profundo amor e companheirismo. Quando alguém se sente amado e amparado, se sente também mais forte e mais capaz de superar todos os obstáculos.

* Qual o momento exato de parar com fugas de problemas, qual o momento exato da aceitação total do nosso cotidiano do jeito imperfeito com que ele se apresenta? Em que momento devemos simplesmente agradecer o que temos e fazer o possível com nossas possibilidades, sem querer buscar a perfeição de tudo, inclusive de qualquer situação que não nos agrade? No filme, o protagonista volta ao passado entrando num lugar escuro e se concentrando no dia para o qual quer voltar, para consertar algumas situações que poderiam ser melhores, momentos que poderiam ser mais perfeitos. No nosso mundo essa fuga da realidade como ela se apresenta pode ser através de qualquer tipo de droga, inclusive da internet.

* Em qualquer familia existe sempre um parente que rotulado de excêntrico ou louco, as vezes incomoda por suas atitudes estranhas. No caso da familia de Tim, o personagem é o tio, mas ao contrário de ser incômodo, é respeitado, querido ou ao menos tolerado com simpatia por todos. É amoroso e gosta de ajudar, sensível demais, percebe tudo a sua volta, só não exterioriza o que sente. Geralmente as pessoas consideradas loucas tem muito a oferecer e ensinar.


Resumo do Filme:

Uma familia feliz que vive num lugar encantador, de sonho. Penhasco, água, brisa, sol, momentos simples de uma familia que desfruta de tudo isso e de boas relações entre todos. Um pai que tenta recuperar o tempo perdido, uma mãe forte, irmãos que se dão bem, férias, conflitos simples e a revelação de um segredo, esses elementos e outros fazem de Questão de Tempo um filme muito bom, leve, tocante e delicado. No dia em que completa a maioridade, Tim Lake (Domhnall Gleeson) descobre que consegue viajar no tempo. O seu pai (Bill Nighy), revela que ele e todos os antepassados homens tem esse dom. Completamente cético a principio, Tim, um protagonista cujo tipo físico foge a beleza masculina convencional e é até atrapalhado, resolve experimentar. Ele precisa ir para um lugar escuro, cerrar os punhos e imaginar o dia para o qual quer voltar. Experimenta e vê que dá certo, aproveita e beija uma amiga do passado, numa certa noite de Ano Novo, um momento do qual ele se envergonhava por causa da sua excessiva timidez. Então, vendo que funcionava essa viagem no tempo, Tim passa a fazer uso disso em todas as vezes em que ele acha que pode melhorar a “imperfeição do momento” ou solucionar um problema, mas logo percebe que algumas coisas simplesmente por mais que sejam alvo de esforços, não podem ser mudadas, exemplo disso é a vontade de cada pessoa, que sagrada, não pode ser alterada. Tim muda-se para Londres, agora é advogado, trabalha numa firma de advocacia e mora com um amigo do pai (Harry), dramaturgo ranzinza mas apenas porque está numa fase difícil em busca de reconhecimento profissional, que finalmente chega graças a intervenção de Tim, ele volta ao passado e ajuda o ator principal da peça nas suas falas esquecidas. Tim vai tentando melhorar a vida das pessoas que o cercam. Nesse processo, conhece Mary (Rachel McAdams) e a paixão é imediata, depois de alguns desencontros eles finalmente ficam juntos, se casam e formam uma linda familia, mas Mary não sabe e nem pode saber do segredo de Tim. Por conta de querer salvar situações imperfeitas, Tim chega a de repente se descobrir pai de filhos que não conhecia e de ver sumidos os filhos que eram dele até então, porque algumas situações, quando mudadas, alteram tudo. Numa difícil decisão e tendo que abrir mão de rever o pai já falecido, Tim resolve parar com suas viagens "excêntricas”, mas não abre mão de tentar melhorar tudo que o cerca, tentar ser mais grato e reparar mais nas dádivas ocultas em cada dia e em cada momento, com todos os meios simples mas disponíveis no cotidiano para ele e para todos aqueles que tem uma vontade forte de fazer desse mundo, um lugar melhor para se viver e conviver.


Por: Dalia Hewia


Ficha Técnica:

Gênero: Comédia Dramática
Direção: Richard Curtis
Roteiro: Richard Curtis
Elenco: Andrew Martin Yates, arbar Gough, Ben Benson, Bill Nighy, Catherine Steadman, Charlie Curtis, Clemmie Dugdale, Domhnall Gleeson, Graham Richard Howgego, Harry Hadden-Paton, Jacob Francis, Jago Freud, Jaiden Dervish, Jenny Rainsford, Jon Boden, Jon West, Kenneth Hazeldine, Kerrie Liane Studholme, Lee Asquith-Coe, Lee Nicholas Harris, Lindsay Duncan, Lisa Eichhorn, Margot Robbie, Mark Healy, Matilda Sturridge, Mitchell Mullen, Molly Seymour, Natasha Powell, Neve Gachev, Olivia Konten-Sloman, Ollie Phillips, Philip Voss, Rachel McAdams, Rebecca Chew, Rowena Diamond, Sara Heller, Sophie Brown, Sophie Pond, Tom Hollander, Tom Hughes, Tom Stourton, Vanessa Kirby, Verity Fullerton, Veronica Owings, Will Merrick
Produção: Eric Fellner, Tim Bevan
Fotografia: John Guleserian
Montador: Mark Day
Trilha Sonora: Nick Laird-Clowes
Duração: 119 min.
Ano: 2013
País: Reino Unido
Cor: Colorido
Estreia: 20/12/2013 (Brasil)
Distribuidora: Universal Pictures

Estúdio: Translux / Working Title Films